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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A gente não tem direito nenhum', desabafa professora agredida no RS


Professora agredida; Parobé; RS (Foto: Manoel Soares/RBS TV)

*G1


A professora agredida por uma aluna e duas irmãs em uma escola de ensino fundamental de Parobé, no Rio Grande do Sul, diz que não tem condições de continuar dando aulas. Tanto a professora Luciana Fernandes, de 23 anos, quanto a estudante de 15 anos envolvida nas agressões serão transferidas para outra escola, o que não ainda não havia ocorrido até o final da  manhã desta quarta-feira (19).
O incidente ocorreu no sábado (15) durante uma festa de Dia doas Pais na Escola Municipal Padre Afonso Kist. Luciana diz que foi agredida pela aluna e por mais duas irmãs dela, maiores de idade, após um desentendimento. Quatro dias depois, ela ainda exibe os hematomas e as marcas das agressões no rosto e no corpo.

"Quem não é cego vê que os alunos hoje são maiores que os professores e eles estão munidos da lei. Nós professores não estamos. A gente não tem direito nenhum, de nada”, desabafa a professora.
Segundo a docente, a escola realizava uma festa de Dia dos Pais com brincadeiras de festa junina. Entre as atividades estava a “cadeia”, brincadeira na qual os alunos são presos e têm de pagar uma fiança simbólica para serem soltos.
A professora relata que a estudante teria fica contrariada ao ser presa e que tentou agredi-la, mas foi contida pelo noivo dela, que estava presente na festa. Depois, a adolescente voltou à escola com duas irmãs, e o trio invadiu a sala dos professores.
Foto mostra Luciana pouco depois de ser atacada por alunas em escola de Parobé rs (Foto: Arquivo pessoal)
“Eu só vi ela dizendo: ‘Aquela ali’, apontando para mim. Só tive tempo de pegar uma cadeira e segurar na minha frente para poder dar tempo de alguém fazer alguma coisa. Em nenhum momento eu reagi. As três me pegaram juntas. Eu caí no chão devido aos puxões de cabelo. E também o meu olho, não sei se foi um chute ou se foi um soco, porque na hora a gente não consegue ver”, lembra Luciana.
De acordo com a professora, a aluna já tem um histórico de indisciplina, o que pode ser comprovado pelas atas do colégio. Familiares da estudante ouvidos pela reportagem na manhã desta quarta-feira afirmam que houve agressão das duas partes.
A diretora da escola, Cleni Sarmento, diz que o episódio abalou os professores. “Abalou todo mundo. A gente se sente muito infeliz, muito triste. Uma luta, uma jornada de tantos anos, e desmorona assim. Os professores não têm condições de trabalhar”, afirma.
Em nota, a Secretaria de Educação de Parobé informa que a professora está recebendo apoio da instituição e que terá todo o atendimento necessário. A pasta também diz que serão assegurados os direitos da estudante a atendimento psicológico e à educação e que cabem a órgãos como Conselho Tutelar e Ministério Público tomar outras decisões sobre o caso.
A professora registrou queixa na polícia e foi submetida a um exame de corpo de delito. De acordo com o delegado Gustavo Bermudes, responsável pelo caso, a investigação já está praticamente esclarecida e o laudo vai determinar se as suspeitas serão indiciadas por lesões corporais ou vias de fato, um crime menos grave.

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