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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Morre no Rio a jornalista Sandra Moreyra, da TV Globo

*Agência Brasil

Sandra Moreyra
Sandra Moreyra foi uma das principais repórteres da TV GloboMarcio de Souza/TV Globo
Morreu na tarde desta terça-feira (10) à tarde, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, a jornalista Sandra Moreyra, da TV Globo, considerada uma das principais repórteres da emissora carioca. Sandra não resistiu a um câncer no mediastino, região próxima do esôfago, contra o qual lutava há sete anos, de acordo com informações da Central Globo de Comunicação (CGCOM).
Carioca, Sandra Maria Moreyra tinha 61 anos. O avô, o escritor Álvaro Moreyra, membro da Academia Brasileira de Letras, dirigiu importantes revistas nos anos 1950, entre elas Fon-Fon e Paratodos. Seu pai, Sandro Moreyra, fez história como um dos mais importantes cronistas esportivos do jornalismo brasileiro. Sua mãe, Lea de Barros Pinto, era professora. Sandra era irmã da também jornalista e diretora da GloboNews, Eugenia Moreyra.

Sandra Moreyra foi uma das principais repórteres da TV GloboMarcio de Souza/TV Globo
Contemporânea e grande amiga de Sandra, a jornalista Leilane Neubarth esteve com ela hoje pela manhã para se despedir “e agradecer por tudo que a gente viveu junto. Foi Sandra quem me disse que eu tenho uma alma ruiva, porque, na verdade, sou loura.”
Para Leilane, conviver com a Sandra foi um privilégio. “Convivemos diariamente durante sete anos, na época do Bom Dia Brasil. Foi uma convivência de criatividade, de aprendizado e de troca. Criamos colunas juntas. Tínhamos duas delas inventadas por nós no Bom Dia Brasil, que colocamos no ar. Foi um projeto que adorávamos."
Leilane lembrou que a afinidade com Sandra Moreyra era tanta que as duas engravidaram juntas e tiveram os filhos em datas próximas. O de Sandra nasceu em 6 de março e o de Leilane dia 13 do mesmo mês.
“Tínhamos uma troca muito intensa.” Segundo Leilane, Sandra Moreyra era uma pessoa com um dos textos mais brilhantes da TV brasileira. A repórter era apaixonada por carnaval, futebol e pela família. “Sandra foi das melhores pessoas com as quais convivi no jornalismo brasileiro.”
Ainda estudante de jornalismo, Sandra Moreyra fez estágio, em 1975, no Departamento de Pesquisa do extinto Jornal do Brasil. “Em 1976, me formei e fui contratada para a reportagem geral do JB. Era superdivertido”, informou a repórter ao Memória Globo, em 2000. Depois, trabalhou na TV Aratu, em Salvador (BA), afiliada da Globo, na TV Bandeirantes e na TV Manchete. Ingressou na TV Globo em 1984, como repórter em Minas Gerais, onde cobriu a eleição e a morte de Tancredo Neves, primeiro presidente civil eleito após a ditadura militar.
A repórter fez coberturas internacionais e trabalhou também na Globo News, onde fez programas como o Almanaque, Arquivo N, Star e Sem Fronteiras. Tinha predileção por gravações na rua. Atualmente, integrava o Núcleo de Projetos Especiais da editoria Rio da Globo. Seu último trabalho foi na série Cariocas Olímpicos, do RJTV.

Neumar Rodrigues, que trabalhou com Sandra durante dez anos como chefe de reportagem da TV Globo, também elogiou a amiga, que conhecia há 35 anos. “Sandra Moreyra tinha um texto fácil, poético, uma narrativa perfeita. Era super inteligente, super amiga. Era uma jornalista que ajudava a chefia de reportagem. Antes de sair para fazer uma matéria, já elaborava um texto na máquina de datilografia. Isso mostra que ela era inteligente e tinha capacidade para entender as matérias, principalmente de comportamento”, disse Rodrigues.

Em nota, o Botafogo de Futebol e Regatas lamentou a morte de Sandra, torcedora fervorosa do time de futebol da estrela solitária. “Filha do botafoguense Sandro Moreyra, Sandra sempre demonstrava seu amor pelo Botafogo. Atualmente, era repórter da TV Globo, com 40 anos de experiência na profissão. O Botafogo decreta luto oficial de três dias e manifesta sua solidariedade a familiares e amigos neste momento tão triste e difícil.”

O velório de Sandra Moreyra está marcado para amanhã (11), a partir das 12 horas, na capela 8 do Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro, onde ocorrerá a cremação.

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