Sistema prisional precisa funcionar como local de ressocialização - A vereadora Lúcia Rocha (DEM) destacou que o sistema prisional brasileiro sofre com a falta de atenção do poder público. “O sistema penitenciário é marginalizado. Não é tratado como prioridade. Quem entra no sistema penitenciário tem tudo para sair muito pior do que entrou”, destacou ela, apontando que as penitenciárias brasileiras não possuem condições de promover a recuperação social de pessoas que cometeram crimes. “Não há uma política efetiva de reintegração social”, apontou.
Lúcia apontou que uma das formas de promover a ressocialização é a promoção de qualificação técnica e profissional, além de garantir o acesso ao emprego àqueles que deixam o sistema prisional após o cumprimento de suas penas. Ela ressaltou que a Comissão Parlamentar de Direitos Humanos está à disposição do Conselho Penal de Vitória da Conquista para buscar melhorias das condições de ressocialização de apenados em Vitória da Conquista.
Alexsandro Oliveira Silva - agradeceu a visita da
vereadora Lúcia Rocha, que pôde ver de perto a situação do presídio. Ele relatou que até o novo presídio se tonar realidade, o projeto enfrentou muitos problemas – até mesmo interdição no Nilton Gonçalves e na carceragem do Disep. Silva frisou que Conquista possui problemas peculiares, específicos da região, e outras questões como o aumento da população carcerária no país. Em sua fala, concordou que Conquista necessita de uma nova unidade carcerária para abrigar detentas. Mas, advertiu que cada cela custa R$ 360 mil reais. Segundo Silva, alimentação e higiene são os principais problemas do Nilton. Ele explicou que não pode atender a todas as demandas dos presos e a licitação de alimentação é antiga. Já tentaram realizar uma nova licitação por duas vezes, mas não deu certo.


Viana, defendeu a necessidade de estruturação do sistema penitenciário de Vitória da Conquista, inclusive com uma unidade exclusiva para o público feminino. “O que eu queria deixar aqui evidenciado enquanto juiz é que a minha intenção é estruturar essa área da melhor forma possível. Nós precisamos de uma Unidade Feminina”, disse o juiz. “Uma unidade decente, em condições de custodiar mulheres”, emendou. O juiz destacou a necessidade de união de esforços em torno deste objetivo. “É importante que as pessoas abracem essa causa porque eu não acho que seja justo que os homens cumpram suas penas aqui, mais perto de suas famílias, e as
mulheres tenham que cumprir pena em Jequié”, concluiu.


a má qualidade do sistema penitenciário brasileiro. “Quando se fala da questão da carceragem a nível nacional, nós percebemos que o sistema carcerário é arcaico, falido. Não tem investimento”, apontou ele. “As cadeias não são lugares de recuperação e sim depósitos de pessoas humanas. Não tem um tratamento digno”, acrescentou.
O diácono ressaltou a necessidade de um olhar diferenciado para as mulheres apenadas. “Ver as necessidades da mulher como pessoa. Dar a dignidade”, disse ele, destacando a necessidade também de políticas públicas de reinserção social após o cumprimento das penas.


João Henrique Rebouças Cruz falou da realidade da unidade que chefia e se posicionou de forma contrária à construção de uma unidade prisional exclusiva para mulheres. Ele apontou que há casos em que isso gera problemas, como quando há casais presos, que precisam se visitar devido ao elo entre eles e a construção de unidades que os separam dificulta a logística dessas visitas uma vez que passa a existir a necessidade de transporte dos custodiados entre as unidades prisionais.
Luciana Silva - afirmou que é preciso refletir sobre qual tipo de segurança pública a população quer e qual efetivamente vem sendo aplicada. Ela frisou que o que se vive no país é uma “grande sanha punitiva” e uma crença de que o direito penal resolverá todas as questões. Silva avalia que o sistema penal brasileiro está inchado, falido e não cumpre seu papel de ressocialização. A população feminina carcerária cresceu quase 600% e o tráfico de drogas é apontado como o grande vetor dessa explosão, apontou. Para Luciana, o mesmo Estado que prende em nome lei, as descumpre. Ela frisou que o sistema prisional virou negócio com a entrada de empresas privadas na gestão desses espaços – presos se tornaram negócio, especialmente a população masculina, que é bem maior.

Penal da OAB, subseção de Vitória da Conquista, Nadja Cardoso, apontou que no Presídio Nilton Gonçalves, onde estão custodiadas as mulheres, há uma série de reclamações quanto à estrutura da unidade, bem como à alimentação oferecida, classificada como “horrível”.
Ela ressaltou ainda a necessidade de melhorias na estrutura do Tribunal de Justiça da Bahia em Vitória da Conquista para otimizar o funcionamento da Vara de Execução Penal na cidade. “Nós clamamos esse pleito de uma Vara única de Execuções Penais em Vitória da Conquista”, disse ela.


conseguindo realizar a reinserção social dos apenados. “Os presídios desse país se tornaram faculdade do crime”, disse ele cobrando políticas públicas que facilitem a reinserção social de pessoas que cumpriram suas penas.
De acordo com o parlamentar, o Conjunto Penal de Vitória da Conquista não tem cumprido o seu papel, tendo se tornado um cabide de empregos do Governo do Estado. “Aquele presídio se transformou em cabide de emprego”, lamentou ele.
Absolon Pereira - lamentou que não existe um conselho municipal de segurança pública em Conquista e também criticou a ausência de pessoas que trabalham no conjunto penal. Para ele, esses profissionais devem ser convidados e ouvidos pois lidam com a questão de perto.

Anos de discussão e poucos avanços efetivos – Lídia Rodrigues, membro da União Brasileira de Mulheres, apontou que pouco se avançou sobre a questão em anos de discussão. “Há 30 anos que a gente vem tratando da mesma pauta”, lamentou ela quanto aos poucos avanços alcançados. Ela criticou também a decisão do Governo do Estado de converter o pavilhão feminino do Conjunto Penal de Vitória da Conquista em mais um pavilhão destinado ao público masculino. “Quando se tomou a decisão de tirar a ala feminina do Conjunto Penal que já estava preparado, essa decisão foi unilateral que o Governo do Estado tomou, sem qualquer discussão”, disse ela.
*Fotos e informações: Ascom/ CâmaraVC
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