Agência Brasil
O próximo fim de semana será decisivo para muitos estudantes brasileiros. O motivo é a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que este ano conta com cerca de 5,7 milhões de inscritos. Os maiores contingentes estão em São Paulo (932.493 inscritos); Minas Gerais (653.074); e Bahia (421.731), que bateu o Rio de Janeiro (408.902).
Trata-se da maior edição do exame, que nasceu como avaliação da última etapa da educação básica e se tornou vestibular em 2009. A prova está marcada para os dias 3 e 4 de novembro e a nota do exame é o caminho de ingresso para quase todas as universidades e institutos federais.
Criado em 1999, o Enem ganhou mais importância há três anos, com a criação do Sistema Único de Seleção Unificada (Sisu). No caso das faculdades particulares, a nota no Enem é um dos critérios para obtenção de bolsas de estudo parciais ou integrais por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni).
Do total de universidades federais, pelo menos 45 já adotam o Enem para ingresso de alunos. Cada instituição tem autonomia para escolher a forma de aproveitamento das notas do Enem: como fase única, em substituição ao vestibular; como primeira fase ou para o preenchimento de vagas remanescentes, não ocupadas com o vestibular tradicional.
Em algumas instituições, a nota do Enem é somada ao resultado do vestibular, e a média é usada para ingresso nos cursos superiores.
Tentando uma vaga no curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o estudante do 3º ano Douglas Amaral relata que está preparado para encarar as provas e tem estudo duas horas por dia. “Achei interessante eles criarem essa oportunidade de conseguir uma vaga nas faculdades através do Enem. Além disso, a prova é mais fácil e acaba dando oportunidade para mais pessoas”, diz.
Já o aluno do 2º ano Renan Lesnik revela que tem focado mais nas matérias de matemática e física. “Essas disciplinas são as que tenho maior dificuldade. Estudo duas horas por semana apenas. Estou confiante e já tinha me preparado meses antes para as provas”, explica.
De acordo com professores, é importante o aluno deixar a matéria nova de lado e reforçar o que você já estudou, além de estudar por provas resolvidas e comentadas. É o que aconselha o professor de História do Universidade Para Todos, Danilo Rocha. “Nessa reta final, o importante é focar na revisão das anotações feitas dos assuntos estudados ao longo do ano e, principalmente, resolver provas do ENEM de anos anteriores. Tudo isso intercalando com momentos de descanso. No dia anterior à prova, procurar tirar o dia pra relaxar. Isso ajuda a evitar a ansiedade e o nervosismo que algumas pessoas acabam por sentir com o peso da importância da prova”, ressalta.
Fies
A participação no exame também é pré-requisito para quem quer participar de programas de financiamento e de acesso ao ensino superior, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
No sábado (3), primeiro dia de provas do Enem, os candidatos vão responder a questões de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias. No domingo (4), serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias e de matemática e suas tecnologias. Além disso, no último dia do exame, o aluno fará a redação, que está no topo das preocupações dos participantes por representar 50% da nota total.
A previsão é que os gabaritos do Enem sejam divulgados no dia 7 de novembro e os resultados gerais saiam no dia 28 de dezembro.
Segundo o Fies Brasil, programa que presta consultoria gratuita aos alunos que desejam contratar o Fies, estão isentos da exigência do Enem os professores da rede pública de ensino que estejam em efetivo exercício do magistério da educação básica e que sejam integrantes do quadro de pessoal permanente de instituição pública, regularmente matriculados em cursos de licenciatura, normal superior ou pedagogia, e ainda os estudantes que concluíram o ensino médio antes do ano letivo de 2010.
Negros e indígenas
Na primeira edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) após a aprovação da Lei de Cotas, 54% dos inscritos são pretos, pardos e indígenas. Essa proporção é muito próxima à da população brasileira em geral, que é de 51%. A cor da pele é um dos critérios previstos na nova lei.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em número de inscrições, brancos (2.421.459) e pardos (2.400.375) estão em maior volume, seguidos de pretos (694.158). As outras raças apareceram em menor número na prova do Enem: 132.323 orientais (raça amarela) e 35.756 indígenas, mas ainda existe grande quantidade de pessoas que prefere não declarar a raça (107.219).
Quanto ao nível de escolaridade, 3.243.789 já concluíram o ensino médio e 1.519.319 terminarão essa etapa em 2012; 719.434 ainda cursam o segundo grau; 308.748 não concluíram o ensino médio nem o estão cursando.
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