terça-feira, 13 de março de 2012

As mulheres nos espaços de poder

“As mulheres no mundo ainda têm muito o que lutar, conquistar, transformar”. Foi com essa declaração que a curitibana Dóris Margareth de Jesus (foto 1) iniciou sua palestra sobre o tema “As Mulheres nos espaços de poder”, debatido em mesa-redonda realizada na noite desta segunda-feira, 12, no Teatro Glauber Rocha, campus de Vitória da Conquista. O evento, promovido pela Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex) e pelo Centro Universitário de Atenção à Saúde (Ceuas) da Uesb, completa a programação dedicada ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nos três campi da Universidade desde a última quinta-feira, 8.
Na plateia estavam estudantes de Ensino Médio do Centro Integrado de Educação Navarro de Brito e do curso de Técnico em Enfermagem do Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) de Vitória da Conquista. Professores, servidores e discentes de diversos cursos da Uesb também assistiram ao debate, que foi mediado pela professora Núbia Regina Moreira, do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH). A mesa, composta somente por mulheres, reuniu representantes do poder público e de segmentos da sociedade civil organizada de Vitória da Conquista, que abordaram questões de gênero, os avanços do movimento feminista e os entraves à plena emancipação da mulher, que apenas há 80 anos passou a ter direito ao voto no Brasil.
Para a professora Regina Márcia Amorim (foto 3), chefe de gabinete da Uesb, a mulher está tomando consciência do seu valor, do seu potencial, e, dessa forma, tem postulado a efetiva garantia dos seus direitos enquanto cidadã, em uma condição de igualdade. “E é através da universidade que emerge essa consciência. A universidade para a mulher representou e representa a busca de um mundo melhor”, analisa.
Dóris Margareth, militante feminista há mais de 20 anos, é representante da União Brasileira de Mulheres (UBM). O fundamento de sua afirmação inicial está ancorado em números ainda incômodos: há dois terços de mulheres analfabetas no mundo para um terço de homens na mesma condição; quanto à pobreza, as mulheres representam três quartos da população mundial para um quarto de homens; embora realizem 70% do trabalho, entre produção, reprodução e atuação em movimentos comunitários, elas detêm apenas 10% dos salários em circulação, são proprietárias de somente 1% dos meios de produção e ocupam 4% da cúpula do poder formal no mundo. “Estamos muito aquém do que precisamos conquistar, já que somos mais de 50% da população”.  
Mesmo em meio às dificuldades, elas avançam, ganham terreno. No Brasil, em breve, seus salários serão, por lei, equiparados aos dos homens. A matéria já tramita no Congresso Nacional. Mas, e quanto à identidade de gênero? Estariam as mulheres perdendo a sua essência para competir com os homens, como afirmam os críticos do movimento feminista? “Para ocupar esses espaços, às vezes as mulheres se comportam como homens. Essa identidade nos preocupa também. Esse debate é fundamental”, considera Dóris Margareth.
Clique aqui para acessar o site da União Brasileira de Mulheres.


Assessoria de Comunicação da Uesb

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